Em Recife, Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo, algumas das principais cidades do Brasil, mulheres que foram vítimas de violência participarão de capacitações de TIC graças a um programa de fundos estabelecido pelo programa de apoio a redes de mulheres da APC para cumprir com o terceiro objetivo de desenvolvimento do milênio (ODM), que busca a igualdade para as mulheres. Várias organizações comunitárias de mulheres do Brasil utilizarão a tecnologia em seu trabalho de combate à violência contra as mulheres. As seis organizações ganhadoras incluem grupos legais, de mulheres negras e lésbicas e de grafiteiras, que trabalharão com bibliotecas virtuais, vídeo, rádio e outros meios.
GANHADORAS DO FUNDO RETOME A TECNOLOGIA! NO BRASIL
Grupo de Mulheres Cidadania Feminina de Recife utiliza as TICs para prevenir a violência contra as mulheres, estabelecendo uma rede virtual para troca de experiências de violência e informação. Vinte mulheres, a partir de 16 anos, aprenderão a usar a internet para produzir arquivos de texto, áudio e vídeo multimídia. As mais de cinco mil mulheres que ouvem o programa Fala Mulher também se beneficiarão indiretamente da rádio e da rede online.
Centro das Mulheres do Cabo capacitará 60 mulheres de Recife para o uso das TICs nas ações de combate à violência doméstica e ao abuso sexual. Por meio do uso de diversas TICs como computadores, celulares e ferramentas de web 2.0, as organizações de mulheres do estado de Pernambuco aprenderão a produzir recursos multimídia para alcançar jornalistas, bloggers, produtores e comunicadores independentes que abordam o tema da violência contra as mulheres.
Coturno de Vênus Associação Lésbica Feminista de Brasília se dedicará a examinar práticas de feminismo que ajudarão a combater a violência contra as mulheres, e em especial a violência dirigida às lésbicas. A organização vai capacitar 30 mulheres de 18 a 30 anos de idade para criar um website onde a informação possa ser trocada e compartilhada, e onde as mulheres lésbicas e bissexuais possam aprender a distinguir e confrontar a “lesbofobia” e casos de violência contra elas.
Rede Nami – Anarkia Feminista, Política e Grafiteira, do Rio de Janeiro, é uma rede que trabalha no combate à violência contra as mulheres. Cem meninas vão aprender a usar as TICS para criar uma biblioteca virtual com conteúdo sobre o tema da violência de gênero. Elas também vão produzir um mural grafite temático sobre o assunto a fim de conscientizar sobre a legislação que trata da violência contra as mulheres no Brasil.
Promotoras Legais Populares (mulheres negras), de São Paulo, vão capacitar 37 mulheres entre 20 e 70 anos de idade, de diferentes organizações da cidade para combater a violência contra as mulheres. Por meio do uso de computadores, as mulheres vão criar uma apresentação de slides e outros recursos de áudio, vídeo e texto. As mulheres vão produzir um pequeno vídeo sobre a organização para vítimas de violência doméstica que foram hospitalizadas, e vão distribuir 20 CD ROMs sobre violência contra as mulheres.
Sociedade Comunitária Ecológica Cultural e Escola de Samba “Fala Negão / Fala Mulher” ”, da zona leste de São Paulo, oferece um treinamento em TICs sobre como prevenir a violência contra as mulheres para 40 mulheres de 32 a 60 anos. As mulheres também vão produzir um vídeo curto para gerar um debate entre os grupos e a comunidade em geral. Aprenderão a usar vários programas de edição de vídeo e áudio, entre outros, e se reunirão duas vezes por mês para trocar experiências sobre o uso das TICs para levar adiante o seu trabalho de prevenção da violência contra as mulheres
AMZOL – Associação de Mulheres da Zona Leste, em São Paulo, utilizará a capacitação em TICs para criar uma rede virtual de organizações de mulheres a fim de trabalhar juntas em busca de soluções para a violência. Quarenta e sete mulheres e dois homens de idades entre 18 e 60 anos utilizarão diversas tecnologias (celulares, computadores, internet e programas de multimídia) para facilitar o seu trabalho de sensibilização sobre violência contra as mulheres através de mais de 500 fotos, três pequenos vídeos e a difusão de recursos em fóruns, blogs e outras redes sociais.
O fundo Dominemos a tecnologia! é parte do projeto Dominemos a tecnologia! para acabar com a violência contra as mulheres [em inglês], do programa de apoio a redes de mulheres da APC, que por sua vez faz parte do trabalho da nossa organização para alcançar o terceiro objetivo de desenvolvimento do milênio– igualdade para as mulheres. Foram distribuídos 20 mil dólares no total entre 12 países parceiros, para redistribuir entre as organizações locais e de base que trabalham com mulheres e TICs.
Foto de Rede Nami. Grafite mural pelo fim da violência contra as mulheres