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La Asociación para el Progreso de las Comunicaciones (APC) condena firmemente la decisión del Senado de Brasil de destituir a la Presidenta Dilma Rousseff. Esta decisión socava profundamente el sistema democrático en Brasil así como la estabilidad política y el desarrollo de políticas progresistas e inclusivas en el país. La decisión tiene, además, impactos negativos para la paz y la integración en América Latina. APC ve la destitución de la Presidenta Rousseff como un golpe parlamentario en el que no solo el poder judicial está implicado sino alrededor del cual los medios de comunicación privados jugaron un rol crítico ignorando el interés público, desestabilizando los procesos democráticos y manipulando la opinión pública para privilegiar determinados intereses económicos y políticos.

Estamos profundamente preocupados por las implicaciones que la actual situación tendrá en la posibilidad de reforzar el uso de internet como una plataforma para la deliberación pública y el debate, la rendición de cuentas y el disenso y la realización de los derechos humanos. En los primeros meses del 2016, miramos con consternación los esfuerzos de legisladores brasileños de socavar los derechos garantizados en el Marco Civil de Internet, como la libertad de expresión en línea, la neutralidad de la red, la privacidad, el acceso a la información, entre otros; y los serios retrocesos legislativos que se propusieron desde la Comisión de Cibercrimen del parlamento que criminalizarían las prácticas ordinarias de los usuarios de internet con el pretexto de la prevención del cibercrimen.

También nos preocupan enormemente las amenazas a la naturaleza de múltiples partes interesadas  del Comité Gestor de Internet en Brasil (CGI.br) y a las actividades que ha venido desarrollando, que son vitales para el desarrollo de internet en el país.

Brasil ha sido un paradigma de desarrollo de políticas de internet progresistas, y su Marco Civil de Internet ha sido y es una fuente de inspiración en todo el mundo, en el contexto de la lucha por una internet libre para promover la justicia social, el desarrollo humano y la democracia. APC apoya a las organizaciones de sociedad civil y activistas brasileños que defienden los logros sociales y políticos orientados a garantizar un entorno mediático y online libre. Expresamos nuestra solidaridad con ellos, en particular con las organizaciones colaboradoras y miembros de nuestra red, Nupef, el Comité Gestor de Internet en Brasil, Coding Rights, IDEC, Intervoces, Artigo 19, y muchas otras organizaciones de sociedad civil con las que trabajamos en la defensa de los derechos humanos en línea y fuera de línea.

Reafirmamos la importancia de reforzar los medios comunitarios y ciudadanos, además de los mecanismos de comunicación públicos que proporcionen visiones alternativas de la situación en el país. Internet podría jugar un papel clave en dotarlos de mayor visibilidad, contrarrestar el discurso de los medios masivos privados y responder a la manipulación de la opinión pública con otras interpretaciones de la realidad. La pluralidad mediática que ofrecen internet y las  iniciativas comunitarias son cruciales para reforzar los valores democráticos en la sociedad.

Desde APC destacamos nuestro compromiso con la justicia social. Seguiremos trabajando por un entorno diverso y abierto que sirva al interés público, al disfrute de los derechos humanos, a la paz, a la integración regional y al fortalecimiento de la institucionalidad democrática.  

APC es una red de organizaciones de sociedad civil, con más de 70 miembros en 36 países por todo el mundo, la mayoría en países en desarrollo. Nuestra misión es empoderar y apoyar a organizaciones, movimientos sociales e individuos en y a través del uso de tecnologías de información y comunicación (TICs), para que puedan construir comunidades estratégicas que contribuyan al desarrollo humano equitativo, la justicia social, los procesos políticos participativos y el desarrollo sustentable.

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(Versión portuguesa)

A APC condena a afronta à democracia no Brasil

A Associação para o Progresso das Comunicações (APC) condena firmemente a decisão do Senado brasileiro de demitir a presidente do Brasil, Dilma Rousseff. Esta decisão compromete profundamente o sistema democrático no Brasil, bem como a estabilidade política e o desenvolvimento de políticas progressistas e inclusivas no país. A decisão também tem impactos negativos para a paz e integração na América Latina. A APC vê a deposição da presidente Rousseff como um golpe parlamentar em que não só o poder judiciário está envolvido, mas em torno do qual os meios de comunicação privados desempenharam um papel crítico ignorando o interesse público, desestabilizando os processos democráticos e manipulando a opinião pública para privilegiar determinados interesses económicos e políticos.

A APC manfesta sua profunda preocupação pelas implicações que a situação atual terá na possibilidade de reforçar o uso da Internet como uma plataforma de discussão e debate públicos, a prestação de contas, o dissenso e a realização dos direitos humanos. Nos primeiros meses de 2016, observa com consternação os esforços dos legisladores brasileiros para minar os direitos garantidos no Marco Civil da Internet, tais como a liberdade de expressão on-line, a neutralidade da rede, privacidade, acesso à informação, entre outros; e retrocessos legislativos graves que foram propostos no âmbito do Comitê sobre o Cibercrime do Congresso que criminaliza práticas comuns de usuários da Internet sob o pretexto de prevenção de crimes cibernéticos.

A APC também está profundamente preocupada com as ameaças à natureza multissetorial do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) e às atividades que têm sido desenvolvidas, que são vitais para o desenvolvimento da Internet no país.

O Brasil tem sido um paradigma do desenvolvimento de políticas progressistas da Internet e seu Civil Marco da Internet tem sido uma fonte de inspiração em todo o mundo, no contexto da luta por uma Internet livre para promover a justiça social, o desenvolvimento humano e a democracia. A APC apoia as organizações da sociedade civil e ativistas brasileiros que defendem as conquistas sociais e políticas orientadas a garantir um ambiente midiático e online livre. Expressamos nossa solidariedade com elas, especialmente com organizações parceiras e membros de nossa rede, o Nupef, o Comitê Gestor da Internet no Brasil, Coding Rights, IDEC, Intervozes, Artigo 19 e muitas outras organizações da sociedade civil com que trabalhamos na defesa dos direitos humanos on-line e off-line.

A APC reafirma a importância de fortalecer a mídia comunitária e cidadã, bem como mecanismos de comunicação públicos que oferecem visões alternativas da situação no país. A Internet pode desempenhar um papel chave dando-lhes maior visibilidade, contrapondo-se ao discurso dos meios de comunicação privados e respondendo à manipulação da opinião pública com outras interpretações da realidade. A pluralidade midiática que oferecem a Internet e as iniciativas comunitárias são cruciais para fortalecer os valores democráticos na sociedade.

A APC destaca seu compromisso com a justiça social e continuará a trabalhar para um ambiente diverso e aberto que sirva ao interesse público, ao desfrute dos direitos humanos, da paz, da integração regional e do fortalecimento da institucionalidade democrática.

A APC é uma rede de organizações da sociedade civil, com mais de 70 membros em 36 países em todo o mundo, a maioria em países em desenvolvimento. Sua missão é fortalecer e apoiar organizações, movimentos sociais e indivíduos sobre e através do uso das tecnologias de informação e comunicação (TICs), para que possam construir comunidades estratégicas que contribuam para o desenvolvimento humano equitativo, a justiça social, os processos políticos participativos e desenvolvimento sustentável.